29 de outubro de 2010

De que tem medo?

Diz-se que o mais importante não é saber o motivo do nosso medo, mas sim saber identificá-lo. De alguns deles temos consciência, de outros não. Afinal, nascemos apenas com dois tipos de medo: o do barulho e o de cair. Todos os outros são adquiridos, a sociedade, a cultura judaico-cristã, encarrega-se disso: "Portaste-te mal, assim já não gosto de ti", só para dar um exemplo. Crescemos a acreditar que temos de corresponder às expectativas dos outros, pois apenas assim teremos amor e aprovação dos mesmos. Como podemos então exorcizar esses fantasmas?
Mais do que teorias, aprenda a enfrentar os seus medos.
  • Identificar os medos - por vezes perdemos tempo a pensar porque temos medo. A solução começa a partir do momento em que identificamos o que nos assusta. Quase todos os medos têm na sua essência a sensação de falta de controlo, a insegurança, o risco. É necessário filtrar esse medo. Será real? Ou mero fruta da imaginação, um reflexo de pensamentos negativos? Só quando estiver perante um acontecimento real é que poderá agir e quanto mais conhecimento tiver de si mesma mais ferramentas tem ao seu dispor para lutar. Desse conhecimento faz parte, obviamente, a superação de medos. Quantos já ultrapassou?
  • Medo de mudar - o desconhecido assusta. A chamada zona de conforto é uma espécie de limbo em que nos prendemos. Acomodamo-nos. Não lhe parece redutor demais? Não acredita que merece melhor? A vida é uma dádiva. Única. O risco da mudança é uma oportunidade. As consequências sejam elas boas ou más são ensinamentos.
  • Medo de falhar - este é um daqueles medos que nos pode paralisar. Queremos fazer tudo certo, temos medo de arriscar, porque tememos falhar. Falhar com o quê? Com as expectativas que nós e outros criaram. De não receber a aprovação dos outros. E assim sermos julgados. Se falhar? Falhou. Faz parte do nosso processo de aprendizagem. Se nunca fizermos, se não arriscarmos nunca saberemos, nunca crescemos. O importante é dissipar o medo de falhar seja no que for, por isso não vale a pena criar cenários, inventar desfechos fantasmagóricos, nunca ver o copo meio vazio, mas sempre meio cheio, caso contrário paralisamos e não vivemos.
  • Medo da solidão - prende-se igualmente com o medo de ser abandonada. Quando estamos a crescer dizem-nos com alguma frequência "Portaste-te mal. Não gosto de ti." Portanto para ter a aprovação, o amor dessas pessoas, temos de fazer o que esperam de nós. Pior é que trazemos isso na bagagem. E muitas vezes nos relacionamentos agimos de igual modo. Sermos nós mesmos, não ter de dizer sim quando se quer dizer não mostra o que somos, e quem gostar, quem nos aprovar, aprova pelo o que realmente somos.
  • Medo de ficar sem dinheiro - o dinheiro dá alguma sensação de estabilidade. É óbvio que numa sociedade de consumo como a nossa ele é um poder. Mas não é o responsável pela nossa felicidade. As coisas mais simples, as maiores gargalhadas que já dei, o que me causou mais felicidade, curiosamente, nunca envolveu dinheiro. A falta de segurança, de controlo, de conforto que julgamos que o dinheiro assegura é a causa do medo de ficarmos numa situação financeira complicada. Quem já passou por isso sabe como enfrentar esse medo, como o ultrapassar.
  • Medo de perder a saúde - este é um dos medos mais comuns. É óbvio que sem saúde tudo se complica e o que era simples passa a muito complexo. Mas a verdade é que todos os dias fazemos coisas para um dia ficarmos sem saúde. Ou pelo menos não fazemos tanto quanto poderíamos fazer. Fumamos, bebemos álcool, uma má alimentação, pouco exercício, embebemos todos os poros em stress. Contrariar, mudar alguns hábitos de vida podem, certamente, ajudar a eliminar esse fantasma.
- José Micard Teixeira

7 comentários:

Anónimo disse...

Os medos, desde que não sejam em excesso, ajudam a manter o equilibrio no organismo e são benéficos.

‡Ånjo Sidéreo‡ disse...

Muito bom o seu post!
Realmente, o medo, é um dos sentimentos mais contagiosos no ser humano, pois, ele pode gerar uma série de patologias as quais cada um, sob um prisma diferenciado do outro, tende a relatar seus atos, pensamentos e visões a respeito.

O medo gera ilusão, e a ilusão nada mais é do que uma projeção interna de algo que ainda nem aconteceu, ou seja, as pessoas acabam sofrendo antecipadamente por algo que ainda poderá haver em ocorrer. O medo é uma projeção do irreal!

A comparação também gera o medo. Isso é muito comum em indivíduos com baixa auto-estima ou ainda, aqueles em que o perfeccionismo bate à sua porta de maneira latejante.

A vida, gera medo, pois; além dela, existe a morte e o medo do desconhecido (tal qual você relatou acima), sempre foi categórico nos pensamentos humanos.
Esse é um assunto a ser debatido por horas e horas..rs

Bem, findo cá meu comentário aplaudindo por seu post, visto que é uma reflexão a qual todos deveriam fazer e avaliar em suas vidas!

abraços fraternais!

Anónimo disse...

medo?
acho que o meu maior medo é msm da morte =/
bjs*

Állyssen disse...

Medo de ficar sme money!
uiaaa!

Martinha disse...

Eu acho que partilho alguns desses medos. :s

Sarah disse...

Adorei o post!
Acho que um dos meus maiores medos é o da solidão...

RuteRita disse...

gostei tantooo do teu blog